-Você não vai mesmo me deixar aqui? Vai?
-Eu disse que sou imprevisível.
-Não se fça eu sei que você quer sim. Eu senti você se derreter.
Beijei sua bochecha e voltei ao grupo de garotas que eu estava antes dele vir falar comigo. Tudo bem que eu queria ter beijado-o, mas ele tinha se convencido de que tinha me conquistado cedo demais. Ele foi super carinhoso e muito fofo. Minhas amigas se decepcionaram com minha atitude. E fiquei com dó de sua cara de cachorrinho pidão, mas tenho princípios (problemáticos princípios, porém os tenho). Até o fim da festa ainda trocamos olhares.
-Vamos, já ta tarde.
Quando saímos boa parte das pessoas já estavam indo embora. Minhas amigas foram para casa e eu fiquei esperando o táxi. Rezei para que ele saísse por aquela porta e me puxasse pelo braço e me beijasse ali mesmo com toda a intensidade possível.
(…)
O sol começava tocar meu rosto quando acordei sobressaltada. A primeira coisa que veio em minha mente foi aquilo. Ele
-Oi, meu nome é Guilherme. -Tudo bem eu paro até mesmo de beber se não acredita em mim. -Medo de gostar de alguém? E o que eu faço com o meu coração arrasado?
Tentei me convencer de que tudo aquilo era o mesmo papinho de todos. Que eu era idiota. E ele tentará me pescar.
Mas os dias foram se passando e cada vez ficava mais difícil tira-lo da minha cabeça. Cada vez que eu ia para o centro da cidade, cada vez que eu pegava um ônibus toda vez que eu estava parada em um local movimentado eu procurava. Esperava vê-lo.
Que droga! Que inferno! Foram alguns minutos de conversinha barata eu não conseguia tira-lo da minha cabeça a um mês inteiro. Tudo que eu fazia me lembrava ele.
(...)
-Olá será que eu posso tirar uma foto da senhora e do seu netinho? Eu sou fotografa e tiro fotos do cotidiano. Vocês me trazem boas lembranças.
... - Obrigado, vocês ficaram lindos.
Continuei meu caminho em direção ao trabalho tirando minhas dezenas de fotos cotidianas. E então uma rajada de vento desprendeu milhares de florezinhas amarelas das árvores primaveris, fazendo daquela praça o lugar mais encantador do planeta. O que pedia uma foto com os braços abertos recebendo o vento e as florezinhas que vinham carregadas por ele.
-Será que você poderia tirar uma fot...
-Você
Olhei em seus olhos e nem fui capaz de responder qualquer coisa, fiquei ali hipnotizada com a obra do acaso. O motivo da minha exaustão psicológica, ali para que tudo piorasse.
Ele pegou a câmera em minha mão e indicou com a cabeça para que eu fosse para o meio onde a quantidade de flores era maior. Virei me e caminhei até lá meu vestido esvoaçava nas beiradas e então a cada movimento novo que fizesse ele tirava uma foto.
- Obrigado, nem sei como agradecer. - Eu disse enquanto pegava a maquina de volta, afinal com minha cara de assustada nenhuma das fotos deve ter ficados boa o suficiente.
-Mas eu sei. - Essa foi a única coisa que ele disse antes de me agarrar com força e beijar-me tão intensamente quanto eu sonhava a dias, semanas.
-Você não sabe o quanto eu queria fazer isso.
- Tudo bem, digamos que eu também não consegui esquecer você.