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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pai. Suicídio de Jenna IV

A dor de se perder alguém próximo é terrível, porém a dor de se perder um filho não se compara a nenhuma outra dor, nem emocional, muito menos física. Eu preferiria ter sido torturado até morrer por exaustão ao ter perdido minha menininha. Eu jamais poderia descrever a dor, meu coração sangrava aos poucos desde o forte golpe de quando ficamos sabendo que ela tinha um tipo grave de câncer que não podia mais ser curado pelo estágio avançado em que se encontrava. Fiquei mal demais a partir deste dia, eu passei a frequentar menos minha própria casa nas primeiras semanas, eu era o líder da família em todas as situações, mas não era forte o suficiente para conseguir suportar a dor de saber que minha princesinha morreria, quando mal teve o direito de aproveitar sua vida. Porque ela? Porque não eu?


Quando consegui me recuperar parcialmente do golpe, passei a ficar o máximo de tempo possível com ela. E aproveitar cada segundo que me restava com o bem mais preciso da minha vida. E mesmo com o diagnóstico de vários especialista eu sempre nutri falsas esperanças, ultimamente eu estava até convencido de que poderíamos encontrar algum tratamento. Minha mulher Lilian e Josh sempre choravam quando discutíamos sobre isso. Mas eu não podia aceitar o fato de que Jenna estava fatalmente condenada. Ultimamente ela parecia tão serena, dormia boa parte do dia, estava mais fraca, mas tão incrivelmente doce quanto sempre foi. Agora eu mal podia sofrer, eu tinha que ser forte Josh e Lilian estavam sofrendo demais, alguém tinha que segurar a onda. E aquilo parecia me desmontar célula por célula, como se eu estivesse sendo destruído aos poucos. Eu não tinha mais vontade de comer, muito menos que sair da cama todas as manhãs. E as vezes eu mal podia falar sem que um caroço enroscasse na minha garganta. Perdi as contas de quantas vezes essa semana me tranquei no banheiro ou na despensa para poder cair em desespero e chorar como uma criança sem que ninguém me visse. Perdi as contas de quantas vezes minha secretária falou comigo e eu nem percebia sua presença até que perguntasse se estava tudo bem e terminasse me consolando em uma crise desesperada de choro interminável. Mas eu jamais magoaria Josh e nem Lilian, eles já sofriam demais. Porém sempre faltaria um pedaço de mim, o mais doce, mais amável e mais importante.

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